sábado, agosto 27, 2005

Empty spaces... What are we living for?

[Foto: Cemitério de Brasília – Leandro Discaciate]


Qual o seu maior medo? Para a maioria das pessoas nada é mais terrível do que a morte. A morte sempre foi tema central nas manifestações humanas. Da pré-história à época atual. Sempre tivemos medo dela, mesmo ela sendo a único mal irremediável de nossa existência (perdoem o clichê. Mas é verdade, não é?). Qual a razão desse medo?

Para mim, temos medo de algo além da morte. Temos medo daquilo que a morte implica: Esquecimento. O homem tem medo de sumir, de ser esquecido. Para ele é, e sempre foi, inaceitável desaparecer. Talvez seja uma decorrência natural do conceito elevado que temos de nós mesmos. Podemos aceitar que um cachorro morra, que um rio seque para sempre, que um planeta se pulverize, ou até mesmo que o nosso Sol venha a entra em colapso e sumir... Porém não aceitamos essa efemeridade para a nossa existência.

Praticamente todas as civilizações humanas buscaram, de uma maneira ou de outra, enxergar a morte como um novo começo. Não existe conceito mais universal nas religiões do que o da imortalidade. O homem sempre imbuiu de grande significação a sua morte. Deve haver um destino para nós... Algo maior. Ou não?

É por isso que eu acredito que não fomos criados à semelhança de nosso criador... E sim o contrário: Criamos o nosso criador à nossa semelhança. Assim, na vida eterna, gozaríamos de algo que é semelhante à vida na terra. Seria uma continuidade melhorada de nossa vida. Não perderíamos aquilo que conquistamos, poderíamos reencontrar com parentes e amigos, etc.

Não sei. Tudo isso me parece bom de mais para ser verdade. Acredito em uma "imortalidade subjetiva". Um pouco mais melancólica, porém igualmente bela. Mas isso é assunto para outro post.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

nossa.. q foto poderosa
o texto ta mto legal, meio triste tb

1:21 PM, agosto 29, 2005  
Anonymous Anônimo said...

"Criamos o nosso criador à nossa semelhança".

Certamente. Nosso refúgio sempre fora nossa criatividade. Inventamos aquilo que não conseguimos explicar - ou não queremos saber.

Bjos.

6:43 PM, agosto 29, 2005  
Blogger B. said...

hmm.. eu não tenho medo de morrer. Tenho medo de COMO morrer. Rs. Mas acho q qdo penso na morte o q mais me assusta não é, definitivamente, cair no esquecimento. O que mais me assusta é perder todas as boas coisas da vida mesmo. Amigos, amores, alegrias, sorrisos, enfim... Quero morrer velhinha e dormindo! hehehe

10:47 PM, setembro 04, 2005  
Blogger La Maya said...

Linda fotografia... esse terço na cruz em primeiro plano... boy, you're truly fucking talented. Você tem um olhar incrível acerca do mundo, e esse olhar é tão poderosamente virtual quanto analítico. Não me canso de dizer o quanto lhe acho incrível...

"Criamos o nosso criador à nossa semelhança."

Nunca havia colocado essa questão sob tal perspectiva. Excelente reflexão, nobre cavaleiro Leandro. Adoraria ouvir um dia você falar sobre essa "imortalidade subjetiva" na qual você acredita.

3:57 AM, outubro 06, 2017  

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