sábado, novembro 05, 2005

Your Own Personal Jesus

Eu sou um grande fã da música dos anos 80. Muito me agrada o estilo exagerado e "over the top" das canções dessa época. São um pouco toscas, mas com muita personalidade.

Uma que eu gosto muito é a "Personal Jesus" do Depeche Mode. O interessante é a história por trás dessa música.

Priscilla Presley, a esposa de Elvis Presley, escreveu um livro contando como foi a relação dela com Elvis. Ela afirma que Elvis era o "Jesus Pessoal" dela ("my own personal Jesus").

Essa frase marcou Martin Gore, integrante do Depeche Mode. Ele fez essa música pensando em pessoas que nos são importantes no dia a dia. Aquelas que nos inspiram, nos fazem seguir em frente. A frase levou o compositor à conclusão que todo homem tem o poder de um deus dentro de si. De tocar, perdoar, inspirar, ouvir as preces, etc...

E é isso que me fascina nessa música (além do arranjo eletrônico primitivo e fascinante dela). A maioria das pessoas procuram algo em um deus distante, e na realidade o que procuramos pode estar bem mais próximo, nas pessoas ao nosso redor.

Talvez a humanidade estaria bem melhor se ao invés de procurar "Deus e Jesus" estivéssemos procurando uns aos outros.

Então não se esqueçam, tentem ser o "Jesus Pessoal" de alguém.

A partir de agora se me perguntaram se eu acredito em deus, vou responder que sim. Tenho certeza da existência de pelo menos uns 6 bilhões deles.

Ah, só mais um fato curioso... Na época do lançamento da música o Depeche Mode colocou anúncios nos classificados dos jornais dizendo algo como: "Chegou o novo Jesus Pessoal, não percam a oportunidade de ter um. Ligue já para (algum número) e receba o seu". Se você ligasse para o número ouvia parte da música. Bem genial.


Personal Jesus - Depeche Mode

Your own, personal, Jesus
someone to hear your prayers,
someone who cares

Your own, personal, Jesus
someone to hear your prayers,
someone who's there

Feeling unknown
and you're all alone,
flesh and bone,
by the telephone,
lift up the receiver,
i'll make you a believer

Take second best,
put me to the test,
things on your chest,
you need to confess,
i will deliver,
you know i'm a forgiver

Reach out and touch faith
Reach out and touch faith

Your own, personal, Jesus
someone to hear your prayers,
someone who cares

Your own, personal, Jesus
someone to hear your prayers,
someone to care

Feeling unknown
and you're all alone,
flesh and bone,
by the telephone,
lift up the receiver,
i'll make you a believer
i will deliver,
you know i'm a forgiver

Reach out and touch faith
Reach out and touch faith
Reach out and touch faith

Reach out and touch faith

2 Comments:

Blogger La Maya said...

Não conhecia essa história. Gostei!
E a minha definição de "Deus" não diverge tanto da sua, pelo contrário, é bastante parecida. Bem, não sei o que você pensa a respeito hoje, pode ter mudado bastante... Hoje eu me considero agnóstica, mas toda a vida questionei muito o Deus católico e todas as religiões. Nasci filha de pai católico e mãe espírita, e logo aos quatro aninhos eu já tinha um amiguinho imaginário que eu chamava de Krishna. Vai saber de onde eu tirei aquele nome com tão pouca idade e nenhum contato dos pais com a religião hindu. Aos dez ou onze eu já discutia com a prima beata porque eu acreditava que todas as religiões levavam a um mesmo deus enquanto ela acreditava que o único caminho pra se chegar a deus era o Catolicismo. Aos treze eu fazia catequese, mas já questionava a Igreja Católica e seus ritos e infernizava minhas catequistas com minhas perguntas desconcertantes. Aos quatorze eu deveria estar me preparando para a Crisma, confirmação do batismo e tal, mas o que eu fiz foi parar de rezar o Credo nas missas, porque eu de fato já não acreditava mais naquilo. Nunca crismei, abandonei o Catolicismo e aos quinze comecei a ler tudo o que era livro sobre religião e filosofias orientais, inclusive os Vedas e o I Ching. Fiz meio que um sincretismo todo meu, adotando de cada religião o que dialogava comigo e me fazia bem. Até sobre magia e Wicca eu estudei. Então, lá com uns 18 anos, li a biblioteca inteira do meu pai, que a essa altura já estava separado de minha mãe. Lia um livro a cada visita de fim de semana, e descobri o psiquiatra e escritor José Ângelo Gaiarsa. Em um dos livros dele, infelizmente já não me lembro qual, eu li a definição que até hoje eu considero a mais bonita sobre o que é "Deus": Deus é aquilo que reside no espaço entre as pessoas. Aquilo que as liga. Achei isso a coisa mais linda que eu já tinha lido sobre deuses e religiões, e não foi pouca coisa! Hoje minha espiritualidade vai por aí, e encontro deus em cada rosto, na energia que liga as pessoas e as conecta a tudo na natureza. Está em cada elemento, está no ar, corre nas nossas veias. É a energia cósmica que move o Universo, e é infinitamente maior e mais forte do que podemos sequer tentar compreender. Não posso provar, mas sinto na energia do meu corpo, no abraço do amigo, nos olhos de uma criança, no amor incondicional que recebemos dos animais. Se há um Deus, e sinto que há, para mim ele é tudo isso, e além. E paro por aqui, porque minha paixão por escrever vai transformar isso aqui num e-book do Guerra e Paz se eu deixar! ;D Fique bem! _/|\_

11:34 PM, setembro 28, 2017  
Blogger La Maya said...

Sabe um momento das missas nossas de todo domingo em que eu sempre, sempre me emocionava e às vezes chegava mesmo a chorar? Durante a maior parte da missa eu ficava lá, meio apática, e mesmo já não rezava mais o Credo. Mas na hora do rito da comunhão, quando a gente vai lá na frente receber a hóstia sagrada (mesmo isso eu parei de fazer depois), um pouco antes é dita uma frase (Mateus 8): "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo." Eu já não tinha mais fé no Catolicismo, e Darwin já era um grande ídolo meu, colocando em cheque um Criacionismo em que eu nunca acreditei e me enchendo de vontade de estudar biologia. Mas, ah, a parte agnóstica dentro de mim... Quando chegava o momento de dizer essa frase, eu dizia, e com tamanho fervor e com tamanha emoção que muitas vezes eu chegava a repetir baixinho, só para mim mesma, umas três, quatro outras vezes enquanto as lágrimas rolavam. É esse o momento dentre todos os ritos católicos que permaneceu aqui dentro. A minha fé em algo maior e mais sábio. Saber de toda a minha imensa ignorância, pequenez e incompletude. E confiar que havia algo capaz de me preencher de tudo aquilo o que me faltava. E me encher de luz e graça e equilíbrio e felicidade.

Ei, senhor... eu não sou digna de que entreis em minha morada...

6:02 AM, outubro 07, 2017  

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