terça-feira, outubro 25, 2005

Crazy

Eu adoro músicas "fundo do poço". Se for um Blues, melhor ainda.

Vale a pena procurar o dueto da Susan Tedeschi com o Willie Nelson na música Crazy. Ela é um clássico da música country americana, mas ficou muito melhor nessa versão Blues.

Então é pegar o conhaque, acender o cigarro, colocar essa música no modo repeat e esperar o sol nascer. É isso que eu chamo de entretenimento de qualidade.

Crazy - Willie Nelson

I'm crazy
crazy for feeling so lonely
I'm crazy
crazy for feeling so blue

I know
you'd love me as long as you wanted
then someday
leave me for somebody new

(bridge)
worry
why do I let myself worry
wondring
what in the world did I do

crazy
for thinking that my love could hold you
I'm crazy for crying
I'm crazy for trying
I'm crazy for loving you

domingo, outubro 23, 2005

Fucking Great Movie


Assisti ao filme "Beleza Americana" pela décima vez. Putz eu adoro aquele filme. Está na minha lista de "Fucking Great Movies" (FGM).

O que o "Beleza Americana" tem de tão bom? Bem, são muitas coisas. Vou citar 3 razões para não deixar de ver esse filme:

Primeiro: tem um clímax final que sozinho já faz o filme ser digno de figurar na FGM. E é fantástica a forma como ele faz isso. Já sabemos o que vai acontecer, só não sabemos como e quando.

Segundo: sou apaixonado pela visão de beleza que o filme dá. Já fui chamado de esquisito por achar cemitérios, enterros, poças d'água, montes de folhas (e coisas do tipo) belos. Somos condicionados a enxergar beleza apenas no óbvio: jardins, lindas pessoas, sorrisos, etc... É interessante um filme que fale sobre uma vida "escondida por trás de cada pequena coisa" e o faça de maneira tão genial.

Terceiro: não é todo dia que se encontra um roteiro, uma direção e interpretações que sejam tão sinceras e humanas com os personagens da trama. Não sei se vou ser capaz de explicar bem essa idéia, mas o filme tem um ar "quixotesco". Todos os personagens são melhores e mais humanos do que eles aparentam no começo do filme. Seja o maluco com olhar psico, o deprimente homem comum sofrendo uma crise de meia idade, a filha aborrecente, a amiguinha mimada que se acha, a esposa boçal, o pai exageradamente severo, etc... Todos esses personagens escondem muito, e todos são simplesmente pessoas. Não são nem bons e nem ruins, são humanos. É raro um filme que não faça julgamentos, e é isso que eu amo em "Beleza Americana". Existe redenção para cada um deles, de uma forma ou de outra.

terça-feira, outubro 11, 2005

Moinhos de Vento

Um dia me disseram: "Você está lutando contra moinhos de vento"?

O engraçado é que dizem isso como se fosse algo ruim. Sentem pena daqueles que enxergam gigantes no lugar dos moinhos de vento. Provavelmente nunca leram Dom Quixote, pois se o tivessem feito não sairiam por ai falando tanta besteira.

Não seria o homem que luta por causas impossíveis superior ao que não luta por nada?

Então apenas devolva a risada quando alguém rir de suas batalhas os moinhos de vento... Pelo menos você está lutando.

(Duvido que esse post faça muito sentido para 99,999% das pessoas).

domingo, outubro 02, 2005

É como um sonho. Eu fecho os meus olhos e....

Hoje eu assisti ao "Mar Adentro", um belo filme. A forte ligação do protagonista com o mar me fez lembrar de uma pessoa... Kati.

Kati é uma menina de uns 9 anos, que trabalha em Cusco (Peru) vendendo doces, balas e cigarros. Filha de mãe solteira, Kati leva uma vida não muito fácil. Quando não está trabalhando Kati ou está estudando ou ajudando sua mãe, em casa.

Eu comprei uma pipoca dela e comecei a jogar conversa fora com ela, afinal de contas você só pode dizer que conhece um país quando tiver conhecido o seu povo. Eu ainda não fazia idéia que essa menina se tratava de uma das pessoas mais interessantes e fantásticas que eu já conheci.

Havia algo de belo e triste na maturidade dessa garota. Era impressionante a visão de vida dela, devo confessar que fiquei encantado e chocado. Passei horas conversando com ela, e eventualmente acabei dividindo um belo lanche com ela.

Falamos sobre os mais diversos temas, mas um em especial despertou a curiosidade dela: As minhas viagens. Ela ficou encantada ao saber que eu estava em Cusco a trabalho naquela ocasião, trazendo turistas. Deve ter parecido surreal para ela, viajar como trabalho. Ela me contou que o seu grande sonho era conhecer o mundo. Em toda a sua vida ela jamais tinha deixado a cidade de Cusco. Aqueles eram os limites da sua existência. Era estranho, mas me senti profundamente culpado por aquilo tudo. Pareceu-me absurdamente injusto que uma pessoa tão melhor do que eu não tivesse tido as mesmas oportunidades.

Então eu lhe perguntei o que ela mais queria conhecer. Ela respondeu sem pensar duas vezes: "O Oceano". Eu perguntei como ela imaginava o oceano... Ela fechou os olhos e me deu a mais bela definição que eu já ouvi sobre o oceano:

"É como um sonho. Eu fecho os olhos e é tudo preto, mas ao invés de preto eu imagino azul. Azul para todos os lados. É o céu e a água juntas. Azul, até onde a vista vai..."

Acreditem ou não, essa definição foi feita por uma menina de 9 anos que nunca viu o mar.

Kati,
Eu desejo, que você um dia veja o mar. E que ele seja tão belo quanto em seus sonhos.