quarta-feira, julho 13, 2005

Nas Asas do Condor

Tenho menos de 5 minutos para pensar e escrever esse post...

E ele não sai, não por falta de vontade.

Acho que o Drummond disse muito bem:
"Gastei uma hora pensando um verso
que a pena nao quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e nao quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira."
("Poesia", Carlos Drummond de Andrade)
Sendo mais objetivo:
  • Estou voltando para Machu Picchu, fazendo a viagem que me é mais preciosa: Bolívia e Peru em 22 dias.
  • Estou voltando a TRABALHO (se é que pode se chamar isso de trabalho). Fui convidado para ir como segundo guia de uma excurssão aqui de Brasília.
Nas Asas do Condor, mais uma vez...

domingo, julho 10, 2005

Viagem no Tempo

A dois posts atrás falei sobre o filme "Os Doze Macacos", não achei que voltaria a falar dele tão cedo. Mas uma interessante coincidência aconteceu e me obrigou a voltar nesse assunto.

No filme o personagem de Bruce Willis tem de voltar no tempo para investigar a origem de um poderoso vírus que praticamente exterminou a raça humana (Eu sei... Realmente essa sinopse parece resumo de filme EXTREMAMENTE ruim, mas não é o caso desse filme). A diferença desse filme para os outros títulos de ficção científica é a maneira como a viagem temporal é tratada nele.

Na maioria dos filmes a viagem no tempo acontece para mudar (ou evitar mudanças) o passado e por conseqüência alterar o futuro (Trilogia "De Volta Para o Futuro", "Exterminador", etc...). Já no "Os Doze Macacos" o passado é tido como algo imutável, algo que já aconteceu e que não pode ser alterado. Assim o personagem de Bruce Willis nada mais é do que um espectador no passado. Ele pode apenas coletar informações, sendo incapaz de alterar os fatos que já ocorreram (ou estão para ocorrer).

Aparentemente, pasmem, Terry Gillian e David Webb (diretor e roteirista do "Os Doze Macacos", respectivamente) estavam certos. Essa informação apareceu em várias revistas de publicação científica e de variedades.

A idéia da viagem no tempo já tirou muitas noites de sono dos mais famosos físicos. O tempo sempre foi tratado como algo constante e imutável, porém Einstein mostrou que as coisas não são bem assim. O tempo é sim uma variável. As implicações dessa descoberta de Einstein ainda hoje nos surpreendem e maravilham.

O famoso físico Stephen Hawking (considerado por muitos como o homem mais inteligente vivo) já havia concluído que viagens no tempo eram matematicamente possíveis. Vale lembrar que muitos físicos não concordam com essa conclusão. Só o tempo dirá quem está certo.

Para os leigos essa comprovação "apenas" matemática pode carecer de significado e legitimidade. Mas vale a pena lembrar que muitas das mais fantásticas descobertas foram primeiro previstas por meio da física e da matemática e só então comprovadas por experiências. A descoberta dos buracos negros é o clássico exemplo disto. Entretanto, Hawking não foi capaz de definir como seria a natureza dessas viagens no tempo.

Mas a própria idéia de viagem no tempo é paradoxal. Constituindo um pesadelo lógico.
Esse famoso problema de lógica é conhecido como "O paradoxo do avô". Pensem comigo:
Um sujeito viaja no tempo com o objetivo de matar o seu avô antes que este tenha filhos. Caso o sujeito mate o avô, então ele nunca poderia ter nascido. Sem ter nascido como poderia ter viajado no tempo para matar o seu avô!? Realmente um pesadelo lógico. Essa impossibilidade lógica levou muitos físicos, inclusive Einstein, a desacreditarem da possibilidade física de se viajar no tempo.

O físico americano Kip Thorne acredita ter chegado a uma conclusão matemática para "O paradoxo do avô". Os caminhos utilizados por Hawking e Thorne para alcançarem essas fantásticas teorias escapam ao nosso entendimento. Apenas um seleto grupo de cientistas é capaz de entender os cálculos envolvidos nessas teorias e as interpretações dos mesmos. Mas podemos sim nos maravilhar com as implicações dessas descobertas. Em teoria (é sempre bom repetir: Em teoria!) a viagem no tempo é sim possível e lógica. Essas viagens seriam realizadas por meio dos Worm Holes. Buracos no universo que unem dois pontos distintos do tempo e do espaço.

Voltemos ao clássico paradoxo, analisando o mesmo com base na teoria de Thorne. Ao retornar no tempo o neto JAMAIS seria capaz de matar o avô. Todas as suas tentativas seriam infrutíferas. A sua arma ia enguiçar, ele erraria o tiro, não ia conseguir encontrar o avô, etc... A natureza do universo conspiraria contra esse ato, preservando assim o passado. O fracasso desta tentativa de homicídio seria tão natural, aos olhos do universo, quanto o fato de uma maça cair ao soltarmos ela de nossa mão.

Realmente todo esse papo é de enlouquecer... Como disse Einstein:
“A coisa mais incompreensível do universo é o fato dele ser compreensível".
Ele estava certo, novamente.

Durmam tranqüilos, meus imaginários leitores. Ninguém vai conseguir apagar os seus atos do tempo. O passado, aparentemente, será sempre como o enxergamos atualmente: Uma pintura já concluída, quer gostemos ou não dela.

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Após essa viagem, fica ai a minha sugestão: "Os Doze Macacos". É um excelente filme com um bom elenco (destaque para Brad Pitt que, na minha opinião, faz neste filme a melhor performance da sua carreira).

Ainda bem que todos os meus leitores são imaginários... Nenhum leitor de carne e osso seria capaz de ler tudo isso.

Fucking Wonderful

Sou como o Woody Allen, acredito que o universo se movimenta de forma a me fuder.

Hoje, ao separar uma briga entre os meus cachorros, arrebentei o meu dedo... Justamente o indicador... Logo na junta... Logo o da mão direita... E apenas alguns dias antes da minha viagem para Machu Picchu como guia (aonde o uso desse dedo ia me ajudar muito).

Mais uma vez comprovo a Lei de Murphy. E pior, comprovo de maneira empírica.

Isso sem falar que estou digitando igual a uma secretária gostosa que ganhou o emprego somente por causa dos seus dotes físicos (catando letra por letra com a mão esquerda).

É só eu abrir um blog e me acontece isso. Ainda bem quem ninguém lê isso. Pelo menos não vou ter um impacto negativo na audiência... Não fica pior do que isso mesmo.

Fucking Great.

Sobre Filmes

Okay, então acabei decidindo fazer um Blog... Mas agora chegamos à questão principal, falar de que!? Na falta do que falar, vou enchendo linguiça.

Como sou um cinéfilo, vou enchendo linguiça falando sobre cinema.

Em um certo momento do filme "Os Doze Macacos" o personagem do Bruce Willis entra em uma sala de cinema para se esconder. Percebe que já assistiu ao filme que está passando (“Vertigo” de Hitchcock) em sua infância, mas se surpreende por não lembrar daquela parte. Então ele diz que é assim que funciona, um filme é sempre novo. Não porque o filme mudou, evidentemente ele não pode mudar. O Filme é sempre o mesmo. Ele é novo porque nós mudamos. Vemos coisas diferentes e reagimos de maneira distintas a certas partes de um filme... Um filme (assim como um livro, uma música e -por que não dizer- mesmo um blog) nada mais é do que a interação de uma parte fixa e imutável (a película) com uma parte mais subjetiva e mutável (o telespectador). Na minha humilde opinião essa é a famosa"Magia do Cinema".

Esse assunto ainda não terminou. Ainda vamos falar muito de cinema.

Já começou dando errado...

Como Hermann Hesse uma vez escreveu:
"Palavras não expressam pensamentos bem. Elas se tornam diferentes imediatamente depois de serem expressas. Um pouco distorcidas, um pouco tolas."

Então, antes mesmo de começar, já considero esse Blog como uma tentativa fracassada de expressar quem eu sou. Apenas um bando de pensamentos...